Quinta-feira, 09.10.08

Veja aqui o vídeo.

 

Senhor presidente,

Senhoras e Senhores Deputados:
 
Algum dos Senhores Deputados é capaz de afirmar, com verdade e em consciência, que a escola portu­guesa, no seu estado actual,
é uma escola exigente que apetrecha e prepara bem os seus alunos?
Algum dos Senhores Deputados é capaz de afirmar, com verdade e em consciência, que a escola portu­guesa, no seu estado actual,   
tem como preocupação primeira dotar os alunos de conhecimentos efectivos, sólidos, subs­tantivos?
 
Pois bem, Senhores Deputados, o principal objectivo do debate promovido pelo PSD é este mesmo: re­cen­trar as políticas educativas na sua finalidade prio­ri­tária: a trans­mis­são e a aquisição do conheci­men­to.
 
O debate de hoje – tal como aqui se travou – serviu, por isso, para derrubar dois dos vários mitos da política de edu­cação do Governo PS.
 
Primeiro mito, o mito ideológico. O Governo PS e os seus arautos nesta Câmara arrancam da premissa ideo­lógica de que uma escola aberta e aces­sível a todos, democrática ou “inclusiva”, como tanto gostam de di­zer –
tem de ser complacente, tem de fazer concessões ao “fa­cilitismo”, tem de renunciar a quaisquer critérios de seriação e de selectividade.
Nada de mais falso. Nada de mais erróneo.
A exigência é uma condição sine qua non para uma verdadeira igualdade de oportunidades. É mesmo um pressuposto indispensável da correcção das assi­me­trias de origem entre os alunos portugueses (que vão da condição económica-social ao ambiente cultural das respectivas famílias).  Ao contrário de um preconceito muito divulgado, a exigência e a profundidade no ensi­no são o primeiro requisito da cha­mada "escola inclu­siva". O laxismo e o facilitismo não são apenas facto­res de atraso no desenvolvimento glo­bal do país; são responsáveis directos pela mar­gi­na­lização definitiva dos alunos mais desfavo­re­ci­dos sócio-culturalmente.
 
O segundo mito: o mito burocrático. O Governo PS e os seus oráculos nesta Câmara transformaram a avalia­ção da escola – da escola no seu todo – no alfa e no ómega das políticas de educação. O que significa que deslocaram a rotina das escolas, o seu dia-a-dia, da equação “en­sino-aprendi­zagem” para o binómio “re­porte-ava­liação”. Perde-se muito mais tempo a aferir e avaliar – alunos, professores, escolas, funcionários – do que a ensinar e a aprender. O arranque do ano lectivo – da vida das escolas (ou das escolinhas, como, com aquele toque de ternura de que só a propaganda é capaz, o Governo agora lhes chama) –
está irremediavelmente marcado pela burocracia e o melindre da avaliação, em especial da avaliação dos professores, feita nos ter­mos que todos conhecem.
Houve um dia em que a senhora Ministra disse – numa frase infeliz e errada – disse que o sistema educativo está demasiado centrado nos professores.
Mas cabe perguntar – e perguntar-lhe também a ela –, esta atribulada avaliação não será um dos principais factores de concentração do dito sistema educativo em torno da classe docente? Enquanto se preenchem for­mulários, se escrevem relatórios, se marcam reuniões e se fazem entrevistas, quantas aulas ficam por pre­parar, quantos alunos repetentes ficam por assistir, quanto empenho e energias de profes­sores se gastam em secretarias e corredores?
 
            O Governo PS, nos três anos e meio de Governo que leva, abriu várias frentes nas políticas educativas. Tem errado muito; e tem errado mais do que acertado. Mas uma área em que falhou clamorosamente foi a da exi­gência e qualidade do ensino.
[Já não se fala no escân­dalo da manipulação estatística, do uso de um único ano, ainda por cima não comparável. A instabilidade dos graus de dificuldade e das condições de prestação de provas. A alteração de regras de realização de provas de exame, aliás, condenada, por ilegais, em tribunal. A eliminação das provas globais do 9.º ano. A tentativa de eliminação dos trabalhos de casa. A desmotivação e desacreditação dos professo­res – agora documentada nos números impressio­nantes dos pedidos de aposen­tação.]
 
            O reforço da exigência é, pois, um imperativo polí­ti­co de primeira grandeza. Sabemos bem que ele depende de múltiplos fac­tores, que interagem entre si e que são de assinalável complexidade. Apresentaremos, por isso, oportunamente, um projecto de resolução, que,
assente no conjunto de propostas feitas ao longo desta legislatura,
no debate público que antecedeu a discussão de hoje e que continuará para balanço no blog que tanto sucesso teve,
na audição de mais um conjunto de especialistas,
um projecto de resolução, dizia, exclusivamente des­tinada ao reforço da exigência, da qualidade e do rigor no ensino nas escolas portuguesas. 
 
            Julgamos, porém, que a complexidade do nosso sistema educativo exige “medidas-alavanca”
            com uma lógica incremental,
            e, por isso, desde já fazemos uma proposta de reintrodução gradual de exames nos anos de con­clu­são de cada ciclo do ensino básico.
Nos anos em que há provas de mera aferição, que se passe a um sistema de provas globais, que, ao fim de três anos e após avaliação, se convertam em autê­n­ti­cos exames.
Nos anos ou disciplinas em que haja provas globais, que passem a ser exames verdadeiros e próprios.
Exames, naturalmente, cujo resultado seja convenien­temente ponderado com a avaliação contínua.
Sabemos bem que se trata de uma medida difícil e dura, que,
caso seja organizada por entidades independentes e credíveis, desencadeará efeitos de alguma austeridade e severidade num primeiro momento.
Mas propiciará também, estamos certos, uma elevação dos padrões de exigência e de rigor, fornecerá indicadores indirectos de avaliação externa de professores e escolas, contribuirá para desempenhar melhor a missão da escola: a transmissão interge­ra­cio­nal do saber. 
Há quem prefira soluções fáceis e vendáveis, com sérios custos a curto-médio prazo: as da ilusão estatística. Nós não temos medo das medidas difíceis, temos bem consciência do dilema do poeta, que beijar o gesto, tem de beijar as mãos.
 
Dizia
 
Senhor presidente,
Senhoras e Senhores Deputados:
 
Algum dos Senhores Deputados é capaz de afirmar, com verdade e em consciência, que a escola portu­guesa, no seu estado actual,
é uma escola exigente que apetrecha e prepara bem os seus alunos?
Algum dos Senhores Deputados é capaz de afirmar, com verdade e em consciência, que a escola portu­guesa, no seu estado actual,   
tem como preocupação primeira dotar os alunos de conhecimentos efectivos, sólidos, subs­tantivos?
 
Pois bem, Senhores Deputados, o principal objectivo do debate promovido pelo PSD é este mesmo: re­cen­trar as políticas educativas na sua finalidade prio­ri­tária: a trans­mis­são e a aquisição do conheci­men­to.
 
O debate de hoje – tal como aqui se travou – serviu, por isso, para derrubar dois dos vários mitos da política de edu­cação do Governo PS.
 
Primeiro mito, o mito ideológico. O Governo PS e os seus arautos nesta Câmara arrancam da premissa ideo­lógica de que uma escola aberta e aces­sível a todos, democrática ou “inclusiva”, como tanto gostam de di­zer –
tem de ser complacente, tem de fazer concessões ao “fa­cilitismo”, tem de renunciar a quaisquer critérios de seriação e de selectividade.
Nada de mais falso. Nada de mais erróneo.
A exigência é uma condição sine qua non para uma verdadeira igualdade de oportunidades. É mesmo um pressuposto indispensável da correcção das assi­me­trias de origem entre os alunos portugueses (que vão da condição económica-social ao ambiente cultural das respectivas famílias).  Ao contrário de um preconceito muito divulgado, a exigência e a profundidade no ensi­no são o primeiro requisito da cha­mada "escola inclu­siva". O laxismo e o facilitismo não são apenas facto­res de atraso no desenvolvimento glo­bal do país; são responsáveis directos pela mar­gi­na­lização definitiva dos alunos mais desfavo­re­ci­dos sócio-culturalmente.
 
O segundo mito: o mito burocrático. O Governo PS e os seus oráculos nesta Câmara transformaram a avalia­ção da escola – da escola no seu todo – no alfa e no ómega das políticas de educação. O que significa que deslocaram a rotina das escolas, o seu dia-a-dia, da equação “en­sino-aprendi­zagem” para o binómio “re­porte-ava­liação”. Perde-se muito mais tempo a aferir e avaliar – alunos, professores, escolas, funcionários – do que a ensinar e a aprender. O arranque do ano lectivo – da vida das escolas (ou das escolinhas, como, com aquele toque de ternura de que só a propaganda é capaz, o Governo agora lhes chama) –
está irremediavelmente marcado pela burocracia e o melindre da avaliação, em especial da avaliação dos professores, feita nos ter­mos que todos conhecem.
Houve um dia em que a senhora Ministra disse – numa frase infeliz e errada – disse que o sistema educativo está demasiado centrado nos professores.
Mas cabe perguntar – e perguntar-lhe também a ela –, esta atribulada avaliação não será um dos principais factores de concentração do dito sistema educativo em torno da classe docente? Enquanto se preenchem for­mulários, se escrevem relatórios, se marcam reuniões e se fazem entrevistas, quantas aulas ficam por pre­parar, quantos alunos repetentes ficam por assistir, quanto empenho e energias de profes­sores se gastam em secretarias e corredores?
 
            O Governo PS, nos três anos e meio de Governo que leva, abriu várias frentes nas políticas educativas. Tem errado muito; e tem errado mais do que acertado. Mas uma área em que falhou clamorosamente foi a da exi­gência e qualidade do ensino.
[Já não se fala no escân­dalo da manipulação estatística, do uso de um único ano, ainda por cima não comparável. A instabilidade dos graus de dificuldade e das condições de prestação de provas. A alteração de regras de realização de provas de exame, aliás, condenada, por ilegais, em tribunal. A eliminação das provas globais do 9.º ano. A tentativa de eliminação dos trabalhos de casa. A desmotivação e desacreditação dos professo­res – agora documentada nos números impressio­nantes dos pedidos de aposen­tação.]
 
            O reforço da exigência é, pois, um imperativo polí­ti­co de primeira grandeza. Sabemos bem que ele depende de múltiplos fac­tores, que interagem entre si e que são de assinalável complexidade. Apresentaremos, por isso, oportunamente, um projecto de resolução, que,
assente no conjunto de propostas feitas ao longo desta legislatura,
no debate público que antecedeu a discussão de hoje e que continuará para balanço no blog que tanto sucesso teve,
na audição de mais um conjunto de especialistas,
um projecto de resolução, dizia, exclusivamente des­tinada ao reforço da exigência, da qualidade e do rigor no ensino nas escolas portuguesas. 
 
            Julgamos, porém, que a complexidade do nosso sistema educativo exige “medidas-alavanca”
            com uma lógica incremental,
            e, por isso, desde já fazemos uma proposta de reintrodução gradual de exames nos anos de con­clu­são de cada ciclo do ensino básico.
Nos anos em que há provas de mera aferição, que se passe a um sistema de provas globais, que, ao fim de três anos e após avaliação, se convertam em autê­n­ti­cos exames.
Nos anos ou disciplinas em que haja provas globais, que passem a ser exames verdadeiros e próprios.
Exames, naturalmente, cujo resultado seja convenien­temente ponderado com a avaliação contínua.
Sabemos bem que se trata de uma medida difícil e dura, que,
caso seja organizada por entidades independentes e credíveis, desencadeará efeitos de alguma austeridade e severidade num primeiro momento.
Mas propiciará também, estamos certos, uma elevação dos padrões de exigência e de rigor, fornecerá indicadores indirectos de avaliação externa de professores e escolas, contribuirá para desempenhar melhor a missão da escola: a transmissão interge­ra­cio­nal do saber. 
Há quem prefira soluções fáceis e vendáveis, com sérios custos a curto-médio prazo: as da ilusão estatística. Nós não temos medo das medidas difíceis, temos bem consciência do dilema do poeta, que beijar o gesto, tem de beijar as mãos.
Dizia, na verdade, Fernando Pessoa.
 
Oh tocadora de harpa! Se eu pudesse beijar teu gesto sem beijar as tuas mãos…

Temas:

publicado por GP/PSD às 20:09 | link do post | comentar

Veja aqui o vídeo.

Exmo. Sr. Presidente
Senhoras e senhores Deputados
 
Por iniciativa do PSD debatemos hoje dois princípios essenciais para a política educativa: A qualidade e a exigência!
 
Ao longo dos últimos anos fomos assistindo a um conjunto de medidas que comprometem claramente estes princípios!
 
O facilitismo é a imagem de marca da prática deste governo:
- ao nível do estatuto do aluno ao terminar a clarificação entre faltas justificadas e injustificadas e no modo como coloca em causa o valor da assiduidade!
  
- ao nível da avaliação com a redução das provas globais e exames e, permitam-me que recorde as intervenções irresponsáveis da Sra. Ministra quando, e por mais de uma vez, lançou verdadeiros apelos à melhoria artificial das notas com argumentos tão estranhos que foram desde o custo monetário das reprovações à inclusão da nota do aluno na classificação do desempenho do professor!
 
Sr. Presidente
Senhoras e senhores Deputados
 
Estas medidas são meras ilusões! O governo altera de forma artificial a realidade para ter estatísticas ficcionadas a cor de rosa!
Os valores do trabalho, do empenho e do mérito são claramente esquecidos e retirados do dia-a-dia dos jovens estudantes!
Estamos a assistir a um erro brutal que terá reflexos muito graves na nossa sociedade a médio e longo prazo.
Este governo promove politicas de educação para as estatísticas de hoje e não prepara os nossos jovens para os desafios cada vez mais complexos dos dias de amanhã!
 
Sr. Presidente
Senhoras e senhores Deputados
 
Não há reformas possíveis sem o envolvimento dos principais agentes do sector. Este governo multiplicou as tarefas burocráticas da escola e atacou de forma vergonhosa a dignidade dos professores portugueses!
Como é habitual com este governo, a máquina de propaganda começou por lançar estigmas sobre os professores junto da população em geral.
Ora se insinuava que eram preguiçosos e faltosos, ou então afirmava-se que os professores não queriam ser avaliados! E tudo isto para predispor a população contra os professores!
 
 


Temas:

publicado por GP/PSD às 20:05 | link do post | comentar

Veja aqui o vídeo.

O Deputado Agostinho Branquinho acusou o Ministério da Educação de intimar as autarquias a pagarem modems e ligação à Internet dos computadores Magalhães distribuídos a alunos do primeiro ciclo do ensino básico.

 

“O Governo ainda não explicou e era bom que explicasse quem vai pagar os custos reais do Magalhães", afirmou.


Temas:

publicado por GP/PSD às 20:03 | link do post | comentar

Veja aqui o vídeo.

Senhor Presidente

Senhoras e Senhores Deputados
 
O PSD traz hoje a debate no Parlamento o estado do ensino no nosso País.
Mais concretamente, pretendemos discutir, com sentido de responsabilidade, a acentuada degradação da exigência e da qualidade no sistema de ensino português.
 
Contudo, impõe-se uma nota prévia:
Senhor Presidente
Senhores Deputados
A ausência do Ministério da Educação neste debate, onde tinha a obrigação de estar, é exemplarmente paradigmática da atitude arrogante, autista e passiva que o Governo adopta perante os reais problemas da Educação.
O Ministério da Educação foge ao debate, porque tem medo do confronto com a realidade.
O Ministério da Educação fecha-se na ilusão das estatísticas artificiais, fugindo à acareação com a realidade efectiva que se vive no dia-a-dia nas nossas escolas.
 
Todos conhecemos a velha máxima que nos diz que “uma imagem vale mais que mil palavras”.
Eu diria que “há ausências que significam mais que mil acções de propaganda”.
 
Pela nossa parte, não desistimos de procurar as melhores soluções para este problema estrutural e grave que o País enfrenta.
 
Este debate é prova disso mesmo.
 
Ao longo dos últimos dias o PSD inovou, levando o debate para fora das paredes da Assembleia da República e trazendo, para o seu seio, diagnósticos, opiniões, ideias e propostas.
Para além de inúmeras reuniões com agentes e especialistas nesta área, o recurso às novas tecnologias revelou-se, a este respeito, uma ferramenta particularmente eficaz.
O fórum de discussão que, há uma semana atrás, o PSD lançou na Internet, sobre este tema, tem-se revelado um sucesso absolutamente surpreendente.

 

Veja aqui a resposta  do Deputado Pedro Duarte às questões colocadas pelos outros partidos. 


Temas:

publicado por GP/PSD às 20:00 | link do post | comentar

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100% aprovações

apresentações

avaliação das escolas

avaliação: notas dos alunos

clipping

contributos

custos com retenções

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facilitismo

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