«Paulo Rangel, líder parlamentar dos sociais democratas, disse ao Rádio Clube que uma escola inclusiva, tem que ser uma escola exigente, o que não acontece actualmente» (RCP)
«O sistema educativo tem perdido rigor e exigência, diz Roberto Carneiro» (TSF).
O ex-ministro da Educação Roberto Carneiro reconheceu hoje que o sistema educativo português tem perdido rigor e exigência nas últimas décadas, mas disse acreditar no bom resultado de algumas reformas do actual Governo.
Questionado hoje à entrada para um almoço com o líder parlamentar do PSD, Paulo Rangel, se partilha da ideia dos sociais-democratas de que o sistema educativo tem vindo a perder rigor e a tornar-se menos exigente, Roberto Carneiro concordou com a análise.
"Essa é uma questão antiga", disse, admitindo que, realmente, o sistema educativo "perdeu algum rigor e exigência".
"É preciso reencontrar um clima de exigência", sublinhou Roberto Carneiro, que foi ministro da Educação entre 1987 e 1991, no Governo de Cavaco Silva.
Interrogado sobre as razões que levaram à redução do rigor e da exigência no sistema de ensino, o ex-ministro da Educação apontou "uma complexidade de factores", defendendo a "revisão de alto a baixo" da formação dos professores e um maior envolvimento da família no "projecto de exigência".
"Portugal tem vindo a perder velocidade", acrescentou, considerando fundamental uma alteração da situação para que Portugal possa "ombrear" com os restantes países.
Quanto às reformas na Educação que têm vindo a ser implementadas pelo actual Governo de maioria socialista, Roberto Carneiro disse acreditar no sucesso e algumas delas, mas lembrou que os problemas no sector "não são conjunturais, mas estruturais".
"Acredito que alguma reformas vão ter bons resultados, outras é preciso esperar para ver", declarou.
Roberto Carneiro escusou-se, contudo, a fazer qualquer avaliação sobre o desempenho da actual ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, mas lembrou que se trata de um "lugar muito difícil, muito exigente".
Além de Roberto Carneiro participaram no almoço com o líder parlamentar do PSD o matemático Nuno Crato, o ex-ministro da Educação Marçal Grilo e o fundador da empresa de novas tecnologias YDreams António Câmara.
O almoço foi organizado pelos sociais-democratas antecede o debate que se realiza quinta-feira no plenário da Assembleia da República, agendado pelo PSD, sobre "exigência e qualidade do ensino em Portugal".
"A política do Governo tem sido virada para a inclusão na escola, mas para os alunos irem mais longe facilitasse", criticou o líder parlamentar do PSD, em declarações aos jornalistas à entrada para o almoço.
Por isso, acrescentou, é preciso perguntar a inclusão na escola deve ser realizada com "maior rigor" ou com "mais facilitismo".
"Queremos trabalhar para a estatística ou para o conhecimento", interrogou Paulo Rangel, defendendo que "só pode ter toda a gente uma escola exigente".
"Se a escola não puxar por eles [alunos], não for exigente, acabam por ser marginalizados", acrescentou o líder da bancada social-democrata.
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