Estou preocupado com o actual rumo que o ensino em Portugal está a tomar. Primeiro porque sou Pai e depois porque sou Professor. As sucessivas alterações produzidas por despachos e decretos leis que tem chegado às escolas, têm descaracterizado a função da escola. A alteração do estatuto da carreira docente e do estatuto do aluno lançou uma profunda confusão no funcionamento das escolas. A ministra toma decisões apressadas só para poder dizer que pior que decidir é não fazer nada. Actualmente os Professores passam mais tempo na escola com tarefas burocráticas, do que a planificar e acompanhar devidamente os seus alunos. O número de alunos por turma, o numero de turmas atribuídas a cada professor e também disciplinas atribuídas a professores que nunca as leccionaram fazem dos professores meros tarefeiros, fazendo mais ocupação de alunos, do que ensinando alunos.
Contributo enviado por: Valdemar Gomes
As profissões desqualificadas e mal pagas estão a crescer em Portugal e é cada vez menor o peso relativo dos empregos com maior qualificação e que merecem melhores retribuições. Os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística revelam que o emprego está hoje mais desqualificado, quando se esperaria o contrário. Esta é a realidade em Portugal.
O nosso País pode definir-se por uma capacidade galacto-legislativa ímpar, capaz de convencer gente menos esclarecida e reclamante de lucidez. Quão arredios da perspicácia andam os membros do Governo a pensar que nisto não se hipoteca uma ou mais gerações. Mudam-se critérios de regulação do sistema, a contento de uma regra de imagem politizada por estatísticas para estrangeiro ver, sem perceber.
Um contributo enviado por: Hélder Ramos
Numa iniciativa que se saldou num enorme sucesso, o Grupo de Mulheres do PSD de Vila do Conde organizou, na passada semana, um «Fórum Educação».
Quem esteve presente ouviu coisas de estarrecer, algumas que bastaria o recurso ao senso comum para serem corrigidas. A contestação à política educacional governativa é tão vasta e uniforme que, a crer na sua integridade de opiniões, não deve haver um único professor a votar no PS nas próximas legislativas. É a Lei da Avaliação, a da Autonomia das Escolas, são as medidas avulso que nada resolvem, pela simples razão que não há estratégia, mas apenas uma escolha casuística de acções.
Veja-se, por exemplo, o caso do computador Magalhães. Passando ao lado de que aquele produto já tem dois anos no mercado, não tenho o mínimo problema em aplaudir esta iniciativa. È fantástica a ideia de que cada aluno, na sala de aulas, possua um computador. Acontece que este equipamento, por si, não tem valor didático. Porque um computador é apenas uma ferramenta de trabalho, um auxiliar electrónico na acção educativa. Não é por existir um computador para cada aluno que os níveis de literacia e de sucesso escolar irão aumentar.
Contributo enviado por: Pedro Brás Marques, Vereador na CM de Vila do Conde
É como simples cidadão, que se preocupa com a Educação em Portugal, que tomo a liberdade, que é um direito de cidadania , de lhes enviar o meu contributo para uma discussão aberta a toda a Sociedade Civil .
As conclusões de tal debate deveriam ser apresentadas em lugar público, aberto a todos os interessados nesta problemática.
Gostaria de igual modo, já que é um incentivo, que as várias posições em debate fossem sendo enviadas a todos aqueles que de algum modo se interessam pelo Ensino e pela Educação em Portugal, para os respectivos endereços electrónicos, para assim se poder acompanhar a evolução dos trabalhos sobre tal tema.
Como cidadão atento a luta pela eficácia do nosso Ensino considero, como a generalidade dos portugueses, que a sobrevivência de Portugal como nação irá neste mundo globalizado repousar cada vez mais , no nível cultural e profissional que possa ser alcançado pela nossa juventude .
Um contributo enviado por: Mário Ribeiro.
Ao longo dos últimos três anos, a área da educação tem sido seguramente aquela que mais tem sofrido com as tropelias do Partido Socialista e dos seus dirigentes e governantes.
Com efeito, e ao invés do que (auto)proclamam o Senhor Primeiro-Ministro e a Senhora Ministra da Educação, aniquilou-se o que havia de bom e positivo na escola pública e deitaram-se abaixo práticas pedagógicas que - não sendo obviamente perfeitas e ideais - eram melhores, mais fiáveis e mais respeitadas e respeitáveis do que aquelas a que somos sujeitos e com as quais somos obrigados vivemos hoje em dia.
Com efeito, enquanto professor (que trabalha no Ensino Particular e Cooperativo, esclareça-se), preocupa-me tudo o que foi feito para degradar a educação no nosso país, mas preocupam-me sobretudo alguns aspectos relativos ao sistema de ensino.
Contributo enviado por: Carlos Pereira
Contributo enviado por: José Manuel Polido
Hoje, muitos economistas e decisores políticos estão empenhados em construir um novo tipo de economia, menos preocupada com a igualdade de oportunidades, mas antes em criar condições para que os indivíduos participem na produção de uma economia baseada no conhecimento pelo conhecimento e desempenhem o seu papel individual nesse processo, na procura de uma cada vez maior competitividade, frequentemente sustentada pela afirmação falsa e retrógrada de que os direitos são muitos e se devem reduzir, ou numa versão mais anti-social que considera, tal qual processo de aperfeiçoamento rácico que seres humanos com mérito são poucos e cabem nas quotas propostas para bons e excelentes.
Luísa Mesquita
Deputada à Assembleia da República
No início de cada ano lectivo criam-se expectativas, definem-se objectivos, antecipam-se resultados, preparam-se aulas, reencontram-se velhos e fazem-se novos amigos.
José Manuel Canavarro
O matemático Nuno Crato, os ex-ministros da Educação Marçal Grilo e Roberto Carneiro e o fundador da empresa de novas tecnologias YDreams António Câmara vão debater a educação com o PSD no Parlamento na próxima terça-feira.
"Vamos fazer uma audição para a qual convidámos – e que já aceitaram – o professor Marçal Grilo, o professor Roberto Carneiro, o professor Nuno Crato e professor António Câmara”, anunciou o líder parlamentar do PSD, Paulo Rangel, aos jornalistas no Parlamento.
Paulo Rangel adiantou que os quatro convidados vão participar num debate sobre “as questões de exigência no ensino em Portugal” na próxima terça-feira “com os deputados que no PSD acompanham os temas da educação e com a direcção do grupo parlamentar”.
Nas primeiras horas do debateEducação, foram vários os blogues que assinalaram o surgimento deste espaço de discussão:
Atlântico, 31 da Armada, Câmara de Comuns, Educação do Meu Umbigo, 4linhas, Psicolaranja, Vila Forte, Punch life; Peliteiro, Lóbi, Terras de Azurara, O Insurgente. Virtualidades; Chá Preto e o forum Educare.
Como é amplamente sabido, o Governo, através do Ministério da Educação, pretende implementar uma prova de ingresso na carreira docente, inserindo isso no seu discurso mais vasto, demagógico e falso de um reforço da qualidade da educação e, portanto, dos seus profissionais. Mas será que tal prova de ingresso tem justificação? Vejamos:
Em primeiro lugar, com a introdução de uma prova dessas, o Governo lança a desconfiança sobre a qualidade das instituições de ensino superior que ele próprio certifica, em vez de reforçar os mecanismos de aferição de qualidade dessas instituições! Depois, há outras questões que levantam sérios problemas, a propósito da prova. De acordo com o novo Estatuto da Carreira Docente, as pessoas que quiserem apresentar-se a concurso, terão de ser possuidoras de habilitação profissional para a docência, isto é, terão de ter feito a via educacional que inclui um estágio, ou seja, a prática pedagógica supervisionada, no âmbito da qual, foram avaliadas científica e pedagogicamente e aprovadas! Sendo assim, que sentido tem uma prova de ingresso na carreira docente? Nenhum! Aliás, veja-se esta coisa tão estranha e paradoxal: o artº2 do Dec.Regulamentar 3/2008, de 21 de Janeiro estabelece que a prova de avaliação de conhecimentos e competências destina-se a quem, sendo detentor de uma habilitação profissional para a docência pretenda candidatar-se ao exercício de funções docentes (…). Quer dizer, o próprio decreto sobre a prova reconhece que os que a vão fazer têm habilitação profissional para a docência! Então, para que vão fazer a prova?
Um contributo enviado por: Pedro Miguel Almeida
O grande debate que tem vindo a ser travado nos últimos anos acerca da educação, é entre aqueles que defendem o modelo ensino público centralista, em que a responsabilidade pela educação cabe em primeiro lugar ao Estado, e aqueles que defendem a liberdade de escolha na educação, porque acreditam que essa responsabilidade cabe em primeiro lugar às famílias .
No modelo de ensino público centralista que ainda hoje vigora nas escolas portuguesas, existe uma distinção rígida entre as escolas públicas e escolas privadas. Neste modelo de educação, todas as escolas públicas são administradas pelo governo, e as pessoas que lá trabalham são funcionários públicos. As escolas são muito semelhantes entre si, e obedecem a regras rígidas determinadas centralmente pelo Ministério da Educação, e os alunos são obrigados a frequentar a escola da sua área de residência. Por outro lado, existem as escolas privadas, que gozam de alguma autonomia face ao Governo. O financiamento é no entanto privado; cada um pode matricular os seus filhos onde quiser desde que possua os recursos financeiros necessários e a escola os aceitar .
Contributo enviado por: Bruno Correia (MBC)
Os professores andam desmotivados. Perdidos em tanta legislação incompreensiva e inútil. Apanhados numa avaliação complexa, burocrática e ineficaz! Todos os dia chegam às escolas novas normas que só servem para tapar buracos! Ninguém se entende! Ninguém percebe o que o legislador quis dizer! Tudo é imposto, nada é discutido!
O papel do professor deixou de ser ensinar, a função ensinar passou quase a ser vista como depreciativa. Passámos a preencher documentos e mais documentos, que nunca têm fim, a gastar papel em impressores a funcionarem em série, a encher dossier, o portfólio bonitinho. E é este o nosso trabalho!
Os avaliadores não têm, muitas vezes, competências técnicas para o fazerem. Uns demitem-se, outros minimalizam a função!
A Escola não tem hoje um clima de respeito e educação, é um espaço de medo e angústia! Tudo o que fazemos parece que vai ter uma consequência que se vira contra nós! Temos o sentimento que tudo o que façamos não é nunca suficiente, que não tem qualquer resultado, tudo parece arbitrário!
Criou-se o sentimento que o excelente, é uma pérola muito rara e excepcional, não é para os melhores mas já está predestinada, nunca seremos nós professores o seu alvo!
A escola, os prefessores, os alunos, a comunidade estão de rastos!
Um contributo enviado por: Paulo Antunes
Contributo enviado por: António Lopes
Numa análise sobre a política educativa do governo constata-se que a sua implementação se caracteriza, essencialmente, por medidas, aparentemente reformistas, que têm vindo a descredibilizar e fazer regredir a educação de qualidade, e induzindo em erro os cidadãos menos informados.
Senão vejamos:
- Encontramos o reforço do centralismo fortemente dirigista e encapotado por medidas inexequíveis de descentralização, tomamos como exemplo, a gestão das escolas cujo reforço do autoritarismo burocrático da tutela é visível na legislação publicada, (apesar do Director ser eleito, as suas competências serão sempre comandadas a partir do Ministério da Educação pondo em causa a verdadeira autonomia das escolas) e na tentativa da passagem de competências do Ministério para as autarquias locais, sem estudos sustentados do seu desenvolvimento a nível económico e dos meios adequados de recursos humanos que respondam a um crescimento educativo sustentado.
Lisboa, 3 de Outubro de 2008
Carlos Alberto Chagas
É uma exigência do futuro de qualidade que desejamos para Portugal que o sistema nacional de educação e formação seja já hoje construído sobre critérios de exigência, rigor e excelência. As decisões sobre as mudanças a operar no sistema educativo devem ser tomadas tendo em consideração o envolvimento dos profissionais da educação, os primeiros executores das medidas que forem julgadas necessárias para que os resultados escolares em Portugal melhorem. Se não o fizermos, estaremos a pôr em causa a qualidade a que a sociedade portuguesa tem direito.
Secretário-Geral da FNE
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