Investigadores defendem que análise dos dados seja feita tendo em conta vários parâmetros
As escola e os professores "olham para os rankings de uma forma séria e profissional e sabem, como é evidente, delimitar os campos de comparação". Esta é a opinião do ex-secretário de Estado da Educação (do último Governo do PSD) José Canavarro.
O ex-governante explicou ao JN que "ninguém faz comparações sem sentido". Os professores, como disse, comparam a sua própria escola em 2007 com 2008. Comparam a sua escola com escolas "próximas". "E municiam-se com diferentes fontes, com os rankings e opiniões publicados nos jornais A e B, por exemplo", referiu.
José Canavarro defende que a divulgação dos resultados obtidos pelos alunos portugueses nos exames do 12.º ano "constitui uma boa medida informativa para a sociedade em geral, e uma ferramenta útil para os professores e para os técnicos de educação". Contudo, aquele investigador em educação considera ser fundamental que sejam gerados mais dados e resultados auditáveis e publicitáveis e que mais indicadores sobre o sistema educacional sejam produzidos. "E que a produção seja séria e independente", sublinhou.
O ex-governante defende que a referida produção deve centrar-se em quatro aspectos fundamentais: qualidade da aprendizagem dos alunos, qualidade do exercício profissional dos professores e do pessoal não docente, satisfação dos pais com a escola e com a educação que é prestada aos seus fihos e o seu próprio envolvimento com a escola e com a educação, e o envolvimento de actores não tradicionais no processo educacional.
Por seu turno, Paulo Guinote, professor e autor do blogue "A Educação do Meu Umbigo", considerou que a publicitação dos rankings "é um contributo positivo para o conhecimento do desempenho do sistema educativo e dos estabelecimentos de ensino", desde que a sua elaboração "obedeça a algo mais do que a produção de simples médias aritméticas dos resultados obtidos pelos alunos em exames".
Paulo Guinote salientou o "tratamento mínimo" que é feito dos dados em bruto, "por ser um método mais rápido e fácil" de os divulgar. Recordou que, anos atrás, quando o próprio ME fez uma análise menos linear dos resultados, as variáveis introduzidas "foram escassas e nem sempre capazes de transmitir as diversas matizes que resultados idênticos têm quando obtidos em contextos diferentes ou a explicação para a diversidade de resultados em escolas com condições aparentemente semelhantes". Defende que sejam tidos em conta nas análises o envolvimento parental e o custo anual por aluno nas diferentes instituições de ensino.
resultados sem comparabilidade
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