Terça-feira, 6 de Janeiro de 2009

A dois dias do Debate potestativo do PSD onde se discutirá o PJL que visa a suspensão da avaliação dos docentes, o GPPSD reactiva o blog onde constam inúmeras opiniões de especialistas e parceiros educativos sobre as politicas do Governo para o sector. O líder Parlamentar do PSD afirma que a insistência do Governo num modelo de avaliação errado, colocou as escolas próximas do “estado de sítio” institucional e apela ao sentido de responsabilidade dos Deputados de todas as bancadas. Dirigindo-se a todos os que votaram a favor da suspensão, Paulo Rangel considera que, agora, só podem repetir o voto.

 
«Caros colegas deputados
 
A crise e a conflitualidade nas escolas portuguesas, essencialmente cau­sada pela obstinação do Ministério da Educação, arrasta-se e agrava-se sem qualquer solução à vista. É bem caso para dizer que está em causa o regular funcionamento das instituições educativas, com graves prejuízos para os alunos e para as respectivas fa­mí­lias.
 
Os Deputados e a Assembleia da República não podem ficar indiferentes e inertes perante esta situação de impasse e bloqueio.
 
O PSD apresenta, pois, em debate potestativo uma iniciativa aberta e neutral, que sem pôr em causa a necessidade adquirida da avaliação dos professores, suspenda de imediato a razão de ser daquele bloqueio. Pela primeira vez, a Assembleia da República tem a oportunidade de aprovar um projecto que tem efeitos vinculantes e imediatos (trata-se de uma lei, não de uma mera recomendação). E mais, tem a opor­tunidade de aprovar um projecto que deixa todo o espaço de ma­nobra e negociação ao Governo e aos agentes educativos; ao contrário de iniciativas anteriores, que procuravam condicionar substantivamente o desenho de futuros modelos de avaliação.
 
Os Deputados – todos aqueles que, qualquer que seja a sua bancada, nos mais variados fóruns, reconheceram a insustentabilidade deste modelo de avaliação – dispõem agora da oportunidade única de, pela primeira vez, determinar com força obrigatória a suspensão do modelo de avaliação, sem recusar a mesma, e vinculando o Governo e os parceiros educativos a definirem um modelo alternativo.
 
É fundamental que o Partido Social Democrata e o seu Grupo Parlamentar, defensores intransigentes da necessidade de avaliação do de­sem­penho pessoal do corpo docente, dêem um contributo construtivo para desbloquear esta situação de crise. Trata-se de evitar que o se­gun­do período lectivo seja perdido, tal como infelizmente foi o primeiro.
 
Verifica-se hoje um amplo consenso na sociedade portuguesa quanto à inadequação e impratica­bilidade do modelo de avaliação actualmente em vigor (mesmo depois dos retoques entretanto sofridos). E verifica-se também a possibilidade de alcançar um consenso parlamentar no sentido de, sem nunca pôr em causa o princípio da avaliação, suspender o actual modelo, substituí-lo por um modelo transitório para o presente ano lectivo e construir um modelo alternativo simples, justo e desburocratizado, no qual todos os agentes educativos se re­vejam.
 
Quem esteve ao lado dos que sugeriam a suspensão, por maioria de razão, só pode – agora - estar do mesmo lado, quando está em causa um diploma verdadeiramente vinculativo. Um diploma aberto, apartidário, que visa restabelecer a normalidade nas escolas, apresentado quando o impasse se reforça e o Governo pode vir ser obrigado a respeitar uma decisão da Assembleia da República. 
 
Para tanto, o PSD promove o debate potestativo de quinta-feira, 8 de Janeiro, em que apresenta um projecto-lei que visa precisamente a suspensão do modelo em vigor e a sua substituição por um modelo transitório para 2008/2009 e por um modelo novo para os futuros anos lectivos. Além do mais, o PSD, nos termos regimentais, aceitará o agen­damento de projectos de outros partidos que visem a mesma finalidade. Para nós, não está em causa qualquer vitória político-partidária; está, sim, em jogo a devolução às escolas de um clima de normalidade. Se houver alguma iniciativa alheia que reúna maior consenso e que dê um contributo positivo para a solução da crise escolar que Portugal atravessa, o PSD estará ao lado dela.
 
O PSD considera o princípio da avaliação dos professores como uma aqui­sição irreversível; mas não pode sustentar um modelo que se mostra impraticável e que, por força das suas implicações, colocou as escolas portuguesas próximas do “estado de sítio” institucional.
 
Porto, 5 de Janeiro de 2009
Paulo Castro Rangel
Presidente do Grupo Parlamentar do PSD»


publicado por GP/PSD às 11:33 | link do post | comentar

1 comentário:
De marina santos a 7 de Janeiro de 2009 às 23:34
Será que o PSD ainda não percebeu que discutir a educação a partir das questões da carreira docente é a melhor ajuda que pode dar ao governo?
Todo este blogue resulta no erro de apreciação que o governo quer que se faça: enquanto se discutem professores, suas carreiras e lutas, esquece-se o mais importante, ou seja, avaliar o que realmente tem sido feito para que os alunos portugueses aprendam. Se o PSD avaliasse a prestação da ministra por este prisma poderia responder - nada de bom, ou de útil.
A ideia do blogue até poderia ser uma boa ideia, mas assim é pena, desperdiçar tempo e oportunidade, e embarcar nesta nau de tormentas em que o governo faz navegar a questão educativa.


Comentar post

Temas

100% aprovações

apresentações

avaliação das escolas

avaliação: notas dos alunos

clipping

contributos

custos com retenções

debate

declaração

estatuto do aluno

facilidade dos exames

facilitismo

fim do exame de filosofia

opinião

perguntas

provas globais

rankings

resultados sem comparabilidade

todas as tags

Posts recentes

Pedro Duarte interpela a ...

Escolas estão a aplicar d...

PSD pede apreciação parla...

Ministra no Parlamento se...

Ministra da Educação diz ...

Ministério afirma que sem...

Ministério não considerou...

PSD confrontada Ministra ...

arquivos

Abril 2009

Março 2009

Fevereiro 2009

Janeiro 2009

Dezembro 2008

Novembro 2008

Outubro 2008

Setembro 2008

links