Lisboa, 08 Jan (Lusa) – O social-democrata Aguiar Branco defendeu que hoje se verá “quem se fica pela poética dimensão da retórica” quanto à avaliação dos professores e o socialista Manuel Alegre reagiu dizendo que ninguém decide o seu voto.
No final do debate sobre o projecto de lei do PSD para suspender a avaliação dos professores, o deputado social-democrata José Pedro Aguiar Branco fez alusão ao anterior debate sobre este assunto, em que seis deputados do PS votaram ao lado da oposição, entre os quais Manuel Alegre.
“Lanço daqui um desafio a todas as senhoras e senhores deputados: não vale a pena invocar razões menores, porventura formais, ou até nem isso, para não se apoiar o que está verdadeiramente em questão: suspender o actual modelo de avaliação dos professores”, disse Aguiar Branco.
O social-democrata assinalou que hoje será votado um projecto de lei que obriga o Governo a suspender a avaliação e não um projecto de resolução com recomendações ao executivo, como no debate do início de Dezembro.
“Agora, que não é a feijões, será mais fácil sabermos quem se fica pela poética dimensão da retórica e quem assume as consequências da efectiva afirmação da convicção”, alegou o vice-presidente do PSD.
O deputado socialista Manuel Alegre pediu a palavra para responder a Aguiar Branco e responsabilizou o PSD pelo chumbo da suspensão da avaliação no anterior debate, aludindo às faltas de deputados sociais-democratas que impediram a aprovação do projecto de resolução do CDS-PP.
“Começou bem a sua intervenção ao reconhecer a responsabilidade do PSD, porque nesse dia o que esteve aqui em causa não foi a feijões nem foi poesia nem foi retórica”, reagiu Manuel Alegre.
“O que esteve em causa aqui nesse dia foi uma votação sobre a suspensão do processo de avaliação e houve seis deputados do PS que, votando contra o seu próprio partido, votaram a favor desse projecto de resolução, o método parlamentarmente adequado para se pronunciarem sobre esta situação”, considerou.
O ex-candidato presidencial independente acrescentou que, ao agendar um segundo debate sobre a suspensão da avaliação, foi o PSD quem optou pela “retórica”.
“Mas não é uma retórica poética, é uma retórica prosaica, perversa. Os senhores estão a tentar disfarçar a vossa própria responsabilidade. Quero dizer-lhe, senhor deputado, que ninguém é dono da nossa consciência, que ninguém é dono dos nossos votos e ninguém nos diz como e quando e a favor de quê ou contra o quê devemos votar”, concluiu Alegre.
“Os senhores não são donos do nosso voto nem permitiremos que instrumentalizem a favor da desculpa da vossa responsabilidade com o nosso voto e a nossa consciência”, reforçou.
Na resposta, Aguiar Branco disse que “não julgava que o senhor deputado Manuel Alegre enfiasse a carapuça da retórica poética”.
“Tenho o senhor deputado como um homem de convicções e espero no final desta votação continuar a achar que o senhor é um homem de convicções”, completou o ex-ministro da Justiça.
IEL.
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